A BIOGRAFIA NÃO-AUTORIZADA DE JAMES HETFIELD

Leia um trecho do novo livro "The Wolf at Metallica's Door", de Mark Eglinton, o primeiro autor a escrever uma biografia sobre o vocalista do Metallica, James Hetfield. Leitura obrigatória para fãs da banda ou admiradores da história pessoal do emblemático músico. [Fonte]

Olha o anel de caveira na mão do cara, mano!

"Como um aspirante a rock star em sua cabeça, o trabalho regular não era algo que James Hetfield foi particularmente afiado e, para piorar, sua mãe insistiu que ninguém iria sequer pensar em contratá-lo caso não cortasse o cabelo. Isso, de acordo com James, não estava para acontecer tão cedo. "Bem, o cabelo longo é parte da música, mãe. Bem, se eu tenho cabelo curto não posso "agitar", sabe. Não tem outro jeito.", admitiu Hetfield mais tarde.

Com as madeixas ainda intactas, a música continuou a ser a válvula de escape escolhida e, nesta fase, James estava ativamente buscando se juntar ou formar sua própria banda.

Bem como Ron McGovney, outro colega da escola chamado Dave Marrs teve um sabor semelhante para o rock anos 1970 (inicialmente sem o conhecimento do outro). Como resultado, talvez fosse inevitável para que gravitassem juntos.

"Ron e eu éramos realmente amigos em primeiro lugar, e todos nós conhecíamos James, mas ele nunca foi da nossa panelinha de amigos que nós tivemos," Dave disse ao autor. "Então no segundo colegial ele estava em uma aula de biologia comigo e eu tinha minha camiseta do KISS e ele sua camisa do Aerosmith e aí que nos tornamos realmente bons amigos. Tipo, tudo aconteceu a partir daí."

Então James, Ron e Dave estavam freqüentando os mesmos círculos - em grande parte, por causa de seu amor pela música - e esta era uma ligação que duraria por vários anos. O grupo passaria a gastar o tempo fazendo o tipo de coisas que os garotos fazem, o que significava em Downey passando a maior parte do tempo próximo ao campo de golfe em miniatura local onde havia um fliperama, ou o boliche local onde o trio passou o tempo livre jogando sinuca. Nada fora do comum, apenas a vida de qualquer adolescente na Califórnia suburbana.

Os dias de escola continuaram até o final dos anos 70 com o rock tomando uma posição mais alta na ordem de escolha deste grupo de adolescentes tão parecidos. Enquanto James passou a maior parte de seu tempo pensando em como entrar em algum tipo de banda, ele não estava totalmente sem talento em outros departamentos. "Eu diria que ele era um estudante bem normal." McGovney lembra. "Praticar guitarra tomava um bocado de seu tempo! Mesmo assim, era óbvio que a música era o caminho a seguir. Mas ele fez sobressair nas aulas de arte e provavelmente poderia ter feito uma carreira fora disso", acrescenta McGovney.

Esse talento artístico precoce é algo que seria útil no futuro, e a habilidade de Hetfield para criar uma imagem - seja artisticamente por uma capa de álbum, ou letras para uma canção - seria de valor intrínseco ao seu futuro papel em todas as suas bandas, principalmente o Metallica.

Por muito James quis formar uma banda assim como aspirava desesperadamente em ser a força motriz por trás dela, o ensejo que iria dar a James sua primeira chance de rock - chamado simplesmente Obsession - foi realmente a idéia de um casal de irmãos chamado Ron Veloz e Rich. Marrs conta a história de forma sucinta: "Éramos bons amigos com os irmãos Veloz e eles tinham algo d bom a oferecer com essa banda. Tinham com eles um outro amigo chamado Jim Arnold também. Eles disseram, 'Nós precisamos de outro guitarrista, e foi assim que James acabou por se juntar ao Obsession".

Arnold disse pessoalmente ao autor sobre a primeira vez que ele foi à casa de James: "A coisa que mais me lembro é que ele tinha uma silhueta em tamanho real na parede de seu quarto. Pelo o que me lembro, era de Steve Tyler e Joe Perry do Aerosmith, e eu acho que ele disse que sua mãe tinha pintado para ele. E era muito legal! "

Obsession consistiria em Hetfield na guitarra, os dois irmãos Ron e Rich Veloz no baixo e bateria, e Jim Arnold na guitarra. Qualquer banda precisa de uma equipe de estrada foda assim McGovney e Marrs e foram escalados sendo exatamente isso, embora Marrs admitiu que seu papel talvez fosse um pouco exagerado: "Nós éramos mais como amigos do que roadies, realmente."

Os meninos Veloz tinham uma garagem e esse espaço se tornou o local dos ensaios com Marrs e McGovney controlando um tipo de painel de controle rústico de efeitos básicos de iluminação. Marrs lembra os detalhes: "Eles jogaram como em festas de quintal na época. Eram apenas como uma banda de garagem qualquer. Tocavam covers de UFO, e acho que eles tocaram "Communication Breakdown", boas canções como essa. Lembro-me que os irmãos Veloz tinham alguns semáforos ou algo assim que eles penduraram na garagem e nós íamos lá brincar com as luzes. Éramos garotos de quinze anos e não sabíamos o que estávamos realmente fazendo lá em cima, definitivamente. Eram bons tempos, apesar de tudo."

Jim Arnold morava no fim daquela rua, na época, e ele também tem boas lembranças dos primeiros dias de garagem do Obsession: "Nós construímos uma parede interna na garagem e insolamos o som da metade dela com papelão velho e tapete. James viveu apenas a alguns quilômetros de lá e ele iria usar o carro de sua mãe para ir até lá, ou íamos buscá-lo. Passamos muito tempo naquela garagem, era o nosso canto e local de ensaio."

Embora nenhuma gravação da banda em ação exista, é seguro dizer que o Hetfield dos dias do Obsession e o que todos nós conhecemos agora são pólos distantes."